sábado, 5 de janeiro de 2013

parte 1

ora bem como hei de começar? alguns dir-me-iam: 'pelo início ó meu grande estúpido!'. vou seguir o conselho que embora tenha sido rude e inapropriadamente pérfido, faz sentido. tudo começou com o regresso do meu pai. o regresso a portugal após seis anos de ausência. foi só mas só ele não veio. trouxe alguém. alguém que eu viria a chamar de mãe ou mã, como hoje tendencialmente digo. o festejo do regresso não incitou à festa mas sim à 'festa'. uma bela duma concepção teve lugar essa noite. nove meses e qualquer coisa depois... pumbas! nasce um puto ranhoso que felizmente não foi baptizado de Anthony mas sim de Ricardo. se me chamasse Anthony, provavelmente o meu segundo nome seria Suicídio. enfim, prosseguindo. fui feliz enquanto ignorante e inocente, fui um puto fofo e sortudo, vivi aventuras em território nacional e além fronteiras, só eu o meu pá e a minha mã. tínhamos pouco mas o pouco era nosso, não havia nada dividido por bancos seguradoras e micro-créditos... pobres, mas não de espírito. os meus amigos eram meus segundos pais, estes que aproveitando toda a possível ocasião para uma reunião, festejavam sempre comigo o meu aniversário. eu ficava com os doces da piñata, enquanto eles agiam como tendo a minha idade na altura, a partiam com risos, gargalhadas e bastante cerveja... esta altura sim, era feliz, tinha um contrato a longo prazo com a felicidade e com a infância. hoje em dia o contrato é renovado de mês a mês e nem sempre tenho tempo para o assinar. este regresso nostalgico é feito com amargura... pelo menos neste preciso momento. até já.

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