cada vez mais
e melhor me dou conta,
que tudo é demais
que tudo o que anda à solta
é porque sou teu escravo
teu lacaio ignorante e parvo
não tenho escolha
não tenho voto
não há sequer quem me acolha
por ser por ti ser tão devoto
pois é de ti que dependo
por ti, por tudo me arrependo
e a ti não me oponho e me rendo
não consigo deixar de te ouvir
não consigo sem ti estar
és a melodia de tudo o que sinto
o som de tudo o que anseio ter
falas-me de tudo de bom
o bom que não irei receber.
fazes-me sofrer, gatinhar e implorar por perdão
não há escrúpulos para a tua acção ou razão
sou-te indiferente, menos de nada
nunca me olhaste ou me sentiste de rajada
não sabes quem sou nem quererás saber
sou tudo aquilo que te ama sem se dar a conhecer
o teu estado físico é intocável
não existes para além do que é audível
és um fantasma que passeia
nesta alma pasma e que devaneia
que sonha, não dorme e serpenteia
por todo o degredo mental e sentimental
alma que apodrece em regime sasonal
sou nada, sou pó e nada mais
que marca os caminhos da tua fuga
os caminhos e traçados por onde tu vais
eu cá me deixo, cá fiquei
com isso já em conformei
conformado, infeliz e abandonado
apenas por não me teres levado.
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