sexta-feira, 24 de maio de 2013

lado b












isto é o monólogo que me define
é o reflexo do que em mim vejo
é o exorcismo que não cessa 
é uma luta interior que sempre tive

tenho um uma confissão para ti
tu que me habitas
parasita de corpo e mente
que sempre esteve presente

és um escudo
és uma muralha
és um mundo obscuro e mudo
és nada mais que escumalha

quero que me deixes
quero que me libertes
quero que me abandones
quero que vás e não voltes
quero que leves as cicatrizes
medos, receios, complexos e suas raizes
és lado negro que me protegeu
do todo o mal e do bem que me aconteceu
és demonio que criei
e sozinho vou eliminar
és lado negro quando tudo em mim quer brilhar
és o medo que me impeder de proliferar
és o peso do mundo que sempre tive de aguentar
és terror e horror de tudo o que me pode salvar
és o que não controlo e que me leva a obedecer
quero que saias quero ver-te apodrecer
quero ver-te a arder, contorcer e sofrer
sofre como sofri nas tuas mãos
rasteja como rastejei a teus pés
pelas minhas mãos hás-de finalmente perecer
aprendi a sentir o que nunca me deixaste
aprendi a dar o que nunca me permitiste
e recebo o oposto do que me ofereceste

tenho-me sentido vivo
sinto algo positivo
sinto um orgão e não uma pedra
tenho armas para ti e para tua guerra
sinto um pulso e não mais um som nulo
sinto que já não pertenço a um casulo
sinto carinho e calor
sinto-me querido e com valor
sinto-te a fraquejar
sinto-te a rastejar
sinto-te a chorar
pelo sorriso que não me consegues tirar
sorriso que ela me deu e que quer ficar
sinto que não a podes combater
é pela força dela que estás a ceder
sinto que ela de ti me salvou
sinto que ela de ti me libertou
sinto-te a fugir
sinto-te a ir
não já... não agora
mas em breve... 
um dia, irás desaparecer
um dia... não te irei conhecer

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